quinta-feira, 4 de outubro de 2012

1 - A Leitura do Catecismo da Igreja Católica inspira-me a escrever...

O ano da fé

O Catecismo da Igreja Católica



            No Prólogo


            É impossível negar ou esconder a relação estabelecida entre Deus e Homem. Deus criou o Homem, facto, por si só, suficiente para uma relação, e deseja em cada momento intensificar essa relação. Deus, na sua bondade e no seu coração, deseja acolher o Homem. Deus, que criou o Homem, deseja o Homem e puxa-o para si.
            Na inevitabilidade dessa relação, Deus deseja que contê-la com amor, fascínio e encantamento, mas nem sempre assim é. Na sua generosidade, Deus criou o Homem livre, e por isso tantos de nós, reclamam com Deus numa relação de repulsa, ódio e afastamento. Na Bíblia, a parábola do filho pródigo[1] contem os dois lados desse relacionamento. O momento em que o filho abandona o lar, é o momento em que os Homens pensam poder viver sem o apoio do seu Pai, e o abraço que marca o retorno do filho, é a vida comum de ajuda, apoio e amor entre o pai e filho. Na parábola, o filho apercebendo-se do vazio que é a vida sem o pai, redime-se e regressa dizendo “Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”, mas fora da parábola, na vida de todos os dias, muitos nem se apercebem do vazio e da necessidade de regressar ao Pai, da necessidade de receber o abraço do Pai. Alguns ao sentirem o vazio mais vazio, ainda vão a tempo e correm a abraçar o Pai.
            Como pretendemos destacar os aspectos positivos e salutares da relação com Deus, afirmamos que: i) Homem e Deus têm uma relação; 2)Deus criou o homem e tudo o que o rodeia[2].
            Na relação com Deus, a Igreja e Jesus Cristo são os pilares. Deus enviou à terra o seu filho feito homem, Jesus Cristo, o salvador, que, por sua vez, escolheu 12 apóstolos[3] ou discípulos para pregarem a palavra de Deus[4] e baptizarem. O testemunho destes guardiões da palavra de Deus que viram Cristo e que com ele privaram, está contido no livro dos livros - o Novo Testamento da Bíblia Sagrada. Pelos vários capítulos da segunda parte da Bíblia, os apóstolos descrevem a sua convivência com Jesus, os seus milagres e as experiências partilhadas. A palavra dos apóstolos é a palavra de Deus feito homem, por ser a palavra de Cristo, Jesus. Eles foram comunicadores, homens de verdadeira fé a espalhar a mensagem – Deles, as gerações seguintes até à nossa e também as vindouras, recebem a fé e a palavra de Deus.
            A nós, católicos apostólicos romanos, cabe o importante papel de apóstolos do tempo presente. Somos herdeiros da mensagem dos 12 e a cada cristão pede-se para levar mais longe a palavra de Deus. O tempo já não é para as cruzadas de antigamente ou para as missões que os Jesuítas realizaram, mas há tanto por fazer, e os cristãos do tempo presente podem começar em casa, junto das suas famílias. Sim, não tenhamos duvidas, 2000 anos depois Deus pede a cada um de nós para sermos apóstolo da sua palavra e, ao mesmo tempo, corpo de Cristo. Imagine-se um cenário, que aceitamos ser completamente irreal e sem qualquer jeito, em que ninguém apostolava a fé? Que mundo teríamos e onde estaria a palavra de Deus?  Arrisco a responder que o mundo seria apenas uma recordação, recordação essa que não seria de nenhum humano, porque ninguém estaria presente para contar ou ouvir a história.
            Bastaria o facto de sermos filhos de Deus, para que a nossa curiosidade fosse a suficiente para conhecermos a palavra e perceber os seus ensinamentos. Sabemos bem, que nem sempre assim acontece, e que muitos dos que se chamam filhos de Deus, são-no de facto, mas sem conhecerem o que o Pai lhes diz, e por vezes mais grave, sem estarem dispostos a ouvir o que o Pai lhes tem para dizer. São os maus apóstolos, que os há, e certamente já todos apanhámos um ou outro!
            É na catequese da igreja, elemento primordial na expansão da igreja, que está contida toda a doutrina e todos os ensinamentos de Deus, que emanam da reflexão existente em actos tão ricos como os Concílios, que têm como ponto de partida a sagrada escritura, os santos padres, a liturgia e o magistério da igreja. Expostas no catecismo da Igreja Católica, estes elementos orientadores da fé católica[5], são de leitura necessária para todos os cristãos adquirirem conhecimento e catequese da doutrina da igreja.
            O catecismo da igreja católica está organizado em quatro partes: i) Profissão de fé (revelação); ii) Sacramentos da fé (Presença da salvação); iii) Vida da fé (mandamentos), e iv) Oração.



[1] Evangelho de Lucas cap.15, versículos 11 a 32.
[2] Aspecto importante para perceber Deus à luz da racionalidade.
[3] Os 12 apóstolos foram: Pedro; André, Mateus, Tomé, Filipe, Mateus, Bartolomeu, Tiago, Simão, Judas Tadeu, Judas Iscariote e João. Ao grupo inicial juntaram-se mais dois apóstolos, Matias é escolhido para o lugar do traidor Judas Iscariote, e Paulo de Tarso, convertido através de visões de Jesus ressuscitado. 
[4] “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Evangelho de São Mateus Cap. 16, versículo 18.
[5] Por isso se diz a doutrina da fé.

1 comentário:

  1. Sugestão de um artigo para 2017: Tradição vs Modernismo da Igreja, em especial sobre a celebração da Santa Missa - rito extraordinário vs novo rito. Tem muito que se diga. Devia continuar com o blog!
    Cumprimentos

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