domingo, 7 de outubro de 2012

2 - A Leitura do Catecismo da Igreja Católica inspira-me a escrever...


O ano da fé

O Catecismo da Igreja Católica


Deus explicado pela racionalidade

  
Percebemos, pelo texto anterior, que há uma relação entre Deus e o Homem: Deus criou o Homem. Por sua vez, ao caminhar para Deus, o Homem descobre a verdade absoluta, que apenas em Deus é alcançada. Deus é a vida, e o Homem criação de Deus.
Na história da humanidade encontramos várias formas de adoração. Este facto que mostra a religiosidade do homem, indica também que essa religiosidade é antiga. Hoje, essa característica humana da religiosidade, ao contrário do que se pensa, continua bem vincada nos humanos. São constantes os actos de idolatria para com humanos feitos deuses e a sacralização de objectos e marcas comerciais. Os humanos continuam bem religiosos, é uma característica da raça, no entanto o sentido da religiosidade está invertido. Hoje as pessoas vivem um prazer hediondo, instantâneo e sem profundidade, os valores alteraram-se e o conceito de liberdade é diferentes. Nada dispostos a abdicar ou prescindir, o sentido da religiosidade vira-se para lado em tudo se permite e onde os prazeres assumidos pela liberdade de prazer de cada um não são afectados ou limitados.
Ao não perceber o Deus criador, o Homem deixou de lado a fé e já não se encontra na sua fragilidade e na incapacidade de compreender o divino. Ao exigir respostas, o Homem moderno não se consegue sentir fragilizado ou incapaz de entender Deus, mas censura-o e questiona-o. E até há quem anuncie a morte de Deus[1]. O Homem que não percebe o sentido da cruz e não está disposto carregá-la.
Assim, podemos afirmar ser da natureza do Homem ter uma relação com Deus, e também da sua natureza, fruto da liberdade com que o bondoso Deus criou o Homem, rejeitar essa relação.
O Homem pode rejeitar Deus, mas Deus jamais rejeita o Homem. Deus chama o Homem para o seu coração, para o seu amor e para a sua bondade, e atribui-lhe deveres porque como me disse uma vez um jovem Padre Jesuíta, Quem se mete com deus, trama-se!
Quem se mete com deus, trama-se! Não se fique a pensar que o jovem Padre queria assustar ou incentivar o caminho das trevas. Apenas alertava para algo bem real que é a impossibilidade de conquistar do melhor de dois mundos. Quem quer realmente seguir Deus, não pode viver na terra como um pagão. Tem de santificar todos os momentos da sua vida, negar o pecado, praticar o culto de adoração a Deus.
É exactamente aqui que está o problema! E também a crise de algumas instituições. Hoje as pessoas não estão dispostas a abdicar p.e. daquilo que lhes dá prazer e que a igreja censura ou considera poder afastar de Deus.
Há vários caminhos para se chegar a Deus e muitos deles inacessíveis ao Homem, mas o mundo e a própria pessoa humana são os caminhos ao alcance do Homem para chegar a Deus. Por aqui se percebe, que não é nada do outro mundo, bem pelo contrario, é bem deste mundo.
O mundo e a pessoa criam uma realidade existente que é causa primeira e fim último – é Deus. Por isso, Deus é o princípio de todas coisas e também o seu fim.
Poderá existir explicação mais racional para provar a existência de Deus? Assim se explica, através da razão humana, a existência de Deus porque como se diz no catecismo da Igreja Católica, “o mundo e o homem atestam que não têm em si mesmos, nem o seu primeiro princípio, nem o seu fim último...”. Mundo e Homem são criação de uma realidade que é criadora do mundo e do homem – Isto é racional e assim se explica Deus pela racionalidade, através do reconhecimento a Deus pelas coisas que criou.
Esta explicação, aceite pela Igreja católica, carimba e valida a possibilidade de falar de Deus a todos os homens e o facto do Homem ser criado à imagem e semelhança de Deus revela-se na bondade e do amor do Homem.
É através destes elementos de semelhança, o amor e a bondade, que podemos falar de Deus, Pela beleza, pelas coisas boas e sempre com percepção das nossas limitações de humanos porque como diz o catecismo “as nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus”
JB – Outubro 2012










[1] Como se fosse possível Deus morrer  nós continuarmos vivos.

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